Nova Doença: Febre Oropouche – Sintomas
Para quem está aflito com as notícias de Febre Oropouche em Curitiba, trazemos esse artigo para ajudá-los a entender a doença.
Antes de mais nada: os casos de Curitiba são importados da região norte do país – pessoas que estiveram no Amazonas e voltaram para região Sul.
Entretanto, como os vetores da doença estão distribuídos pelo país todo e com as mudanças climáticas graves ( calor e chuvas intensas) existe a possiblidade de que esta seja uma doença que saia da região Norte e atinja o país inteiro em algum momento.
Introdução
A Febre Oropouche é uma doença viral aguda causada pelo vírus do mesmo nome ( vírus Oropouche) e transmitida pelo maruim ( Culicoides paraensis), também conhecido como mosquito-pólvora. Não é transmitido de pessoa para pessoa.
Eu sei que você deve estar pensando: Ai, Ai já vimos essa história antes! E já mesmo! O quadro clínico é bem parecido com o das outras arboviroses, como a Dengue. Mas vamos explicar melhor as diferenças nesse artigo.
Onde há a doença?
A febre Oropouche tem este nome porque foi identificada em casos isolados numa vila com esse nome em Trindad e Tobago em 1955. Já em 1960, tivemos a primeira epidemia de Oropouche no Brasil, no Pará.
Já foram mais de 30 epidemias na Amazônia brasileira, com mais de 500 mil casos.
Hoje, a doença está presente em toda América Central e na Amazônia, incluindo nas grandes cidades. Em 2024, os casos de Oropouche, vejam, são mais numerosos que os de dengue em vários lugares!
Como ela acontece?
- A doença tem um ciclo silvestre e outro urbano. No ciclo urbano, o maruim é o vetor preferencial de transmissão. O Culex quinquefasciatus (muriçoca) também pode transmitir.
- Os diferentes Aedes ainda são capazes de transmitir o vírus ( ainda porque isso pode vir a acontecer).
- O maruim pica durante o dia ou a noite, com preferência pelo final do dia. A picada coça bastante e pode ser dolorosa.
Quais os sintomas?
Muito parecidos com os da dengue, febre, calafrio, dor de cabeça, fotofobia ( aversão a luz), dor musculas e nas articulações, dor atrás dos olhos, prostração, náuseas, vômitos, diarreia, até manchas no corpo e manisfestações hemorrágicas.
IMPORTANTE: A Oropouche pode também causar memingite e meningoencefalite, quadros neurólogicos sérios!
- Período de incubação: 3 a 8 dias
- Duração da doença: É autolimitada e costuma durar de 2-7 dias.
- Não a mortes registradas pela Oropouche desde de 1960!
Como é feito o diagnóstico?
Uma vez que o quadro clínico é muito parecido com outras arboviroses – dengue, zica, chikungunya – o diagnóstico exige exame laboratorial!
Problema: Não temos exames diagnósticos comerciais como temos para outras doenças. Ou seja: podemos ter muito mais casos de Oropouche (confundidos com dengue, por exemplo) pelo país do que sabemos hoje.
Exames habituais como hemograma e bioquímica não são esclarecedores da causa do quadro.
Como é 0 tratamento?
Sintomático e de suporte, o que significa controlar febres, dores, sintomas gastrointestinais e eventuais complicações.
Não há tratamento específico para doença, muito menos tem qualquer valor usar drogas como ivermectina, montelucaste e demais absurdos que alguns usam, leviana e incorretamente, para outras arboviroses.
NÃO HÁ VACINA DISPONÍVEL PARA OROPOUCHE! A PROFILAXIA É EVITAR A PICADA DO MOSQUITO!
RESUMÃO DO OROPOUCHE
- É muito parecida com outras arboviroses, como a dengue!
- O diagnóstico é feito por exame laboratorial específico que não está disponível com facilidade.
- Costuma ser doença que cura sozinha, embora possa fazer complicações neurológicas graves. Não há mortes descritas desde de 1960!
- Podemos ter a doença em outros lugares do país, tanto por viajantes que vão a Amazônia e retornam para suas casas ( Casos de Curitiba, 21/02/24) ou por disseminação natural da doença pelas alterações climáticas.
- Não há tratamento específico e nem vacina!
Perguntas frequentes:
Como esse mosquito se prolifera? É como o Aedes? A prevenção continua sendo repelentes?
Resposta: Ele gosta de ambientes úmidos, como locais muito chuvosos e mangues, além de locais com bastante material orgânico disponível, como restos de frutas e plantas em decomposição. Sim, repelentes que tem DEET.
Como reconhecer esse mosquito?
Resposta: Na verdade, o marium é uma mosca hematófaga, ou seja, uma mosca que se alimenta de sangue. Sim, isso existe.